Perfil

Mercado de Pelotas absorve mais a experiência dos candidatos de meia-idade

Pessoas acima dos 40 anos ocuparam o maior número de vagas no primeiro semestre

Carlos Queiroz -

Experientes, dedicados, responsáveis e dispostos a aceitar desafios. Esse é o perfil do trabalhador de Pelotas que possui entre 40 e 64 anos de idade. A faixa etária foi a maior empregada na cidade pela Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS/Sine) durante o primeiro semestre do ano - 114 vagas ocupadas por candidatos que vivem a meia-idade. O levantamento mostrou que o perfil é de um trabalhador do sexo masculino, acima de 40 anos, que recebe um salário mínimo e meio e tem o Ensino Médio completo.

A indústria foi o setor econômico que mais empregou, com 102 vagas preenchidas. São trabalhadores da siderúrgica e metalúrgica, por exemplo, assim como da produção de bens de consumo para a população. Em segundo lugar o setor de serviços empregou 92 pessoas e, em terceiro, o comércio, com 76. Operador de preparação de grãos vegetais, servente de obras, atendente de lojas e mercados e motorista de caminhão são algumas das funções que ofereceram mais vagas.

Especialistas na área de gestão de pessoas, responsáveis por direcionar candidatos em várias empresas, atribuem as contratações de pessoas acima de 40 anos a uma mudança de perfil. Pessoas mais velhas costumam carregar a experiência e a responsabilidade como traços que interessam aos empresários. Ana Alaíde Ortiz Tavares, diretora de um órgão de gestão de pessoas há 20 anos, tem percebido a tendência entre seus clientes. Ana chama atenção para a inconsistência de pessoas de até 30 anos no trabalho: “As empresas não querem investir em um perfil que frequentemente não se mantém no emprego, que são as pessoas abaixo de 30 anos. O processo de contratação e familiarização ao local de trabalho é muito longo e não pode ser desperdiçado”.

Francielle Molon da Silva, professora de Administração na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), concorda. O predomínio entre os mais velhos evidencia uma lacuna deixada pelos jovens no mercado. “O jovem, ou não busca emprego ou se julga bom demais para as vagas oferecidas. E quando consegue um trabalho, tem dificuldade de se manter na empresa”, afirma. Ela também acredita que os dados mostram que o mercado busca pela harmonia entre experiência e qualificação, atributos que geralmente podem ser encontrados naqueles com 40 anos ou mais.

Foi o que aconteceu com Isabel Cristina Hartwig, de 41 anos. Ela já atuou como diarista e empregada doméstica e estava sem trabalhar há dois meses. Com uma família para sustentar, o aperto foi grande - até ser contratada por uma padaria localizada no Porto. “Essa vaga chegou na hora certa. Agora espero poder pagar as contas, pretendo manter o emprego por um bom tempo”, diz. Daniele Soares, proprietária do empreendimento, conta que tem buscado candidatos na mesma faixa etária.

Maior flexibilidade
A sazonalidade também pode influenciar o aumento de empregos nas indústrias. Na Região Sul, elas precisam de contratação para cargos operacionais, que não necessariamente necessitem de qualificação específica, mas sim de experiência. Outro aspecto é de que pessoas que passam pela meia-idade têm uma flexibilidade maior para aceitar empregos que sejam desafiadores - às vezes são áreas que o profissional não tem conhecimento, mas como precisa sustentar a família, aprender uma nova função pode ser a única saída.

Tipo de ocupação
Operador de preparação de grãos vegetais - 64

Servente de obras - 31

Atendente de lojas e mercados - 29

Motorista de caminhão - 26

Porteiro de edifícios - 12

Trabalhador da manutenção de edificações - 11

Empregado doméstico nos serviços gerais - 10

Pedreiro - 9

Auxiliar de escritório - 9

Vendedor de comércio varejista - 9

Faxineiro - 8

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